Pesquisa do Ibope mostrou Dilma Roussef com 35% das intenções de voto -espontâneas- para a eleição de 2014. José Roberto Toledo e Daniel Bramatti, dois jornalistas seríssimos e que conhecem essa numeralhada constatam: nunca houve uma candidata como Dilma.
Ninguém antes, nem Lula nem Fernando Henrique, chegaram perto de 35% de intenção espontânea um ano e meio antes da eleição. Só seis meses antes da reeleição Lula chegou a 27%. E Fernando Henrique, a 25%.
Espontânea é pesquisa na qual o eleitor diz em quem pretende votar sem que o entrevistador mostre ou diga quem são os candidatos.
A presidente Dilma Rousseff larga para a reeleição com um eleitorado três vezes maior do que a soma de todos os seus adversários. A eleição está decidida? Claro, óbvio que não. Como dissemos aqui outro dia, agora é tempo de colher números, ensaiar pré-candidaturas, e plantar.
Eles, os pré-candidatos, ensaiam e plantam e nós todos comentamos e debatemos. Desse vaivém costumam se consolidar os candidatos do jogo que será pra valer. Sim, porque com quase 30 partidos tem um jogo aí que é só pra vender tempo na Tv e, também assim, ganhar dinheiro.
A propósito de eleições, o senador Aécio Neves se reuniu com o ex-presidente Fernando Henrique e lideranças tucanas em São Paulo. Discutiram programas de governo, fizeram um congresso etc.... Mas todos sabem qual é, no momento, o problema interno do PSDB. O problema tem nome: José Serra.
Serra, claro, tem o direito de fazer o que quiser; ser ou deixar de ser candidato, ficar quieto, o que for. Mas sua opção, por enquanto, tem sido atrapalhar a candidatura de Aécio Neves. Até o Serra sabe que Aécio é o candidato da vez no PDSB. Mas ele não sai da frente.
Serra atribui a Aécio, e não a seus erros e à vontade do eleitorado, a derrota na eleição em 2010. Nessa história há questões que são também pessoais. E Serra segue agindo da mesma forma que o empurrou para suas derrotas: construído dissensos, não buscando consensos.
Serra, se quiser, pode ser candidato a presidente, a vice... Mas, por ora, ele se dedica a infernizar a vida do mineiro. Ok, isso também é fazer política. Mas costuma ter custos, como ele já deveria ter aprendido. A rejeição alta, por exemplo.
Há uma semana, a pedidos, Serra recebeu Aécio para uma conversa; de três horas. Em público não disse uma palavra sobre a candidatura Aécio. No movimento seguinte recebeu Eduardo Campos, do PSB, e elogiou sua hipotética candidatura.
Ao analisar o IBOPE, Toledo e Bramatti informam que Aécio tem o mesmo potencial de votos que teve Serra. O que falta é o PSDB desobstruir o caminho. Ou seja, Serra decidir se fica na frente ou sai.
Ou o partido procurá-lo e, em linguagem bem popular, dizer: deu, amigo. Ou você usa ou desocupa a moita.
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