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Oportunidades e polêmicas por trás de Belo Monte

Brasil enfrenta o desafio de conciliar desenvolvimento e preservação

O mundo busca energias renováveis visando um desenvolvimento sustentável. Enquanto países desenvolvidos já esgotaram sua capacidade energética, o Brasil tem um enorme potencial inexplorado.
A bacia do rio Xingu (PA), o maior em volume de água do mundo, é um bom exemplo e a construção de uma usina no local gera polêmicas entre os defensores do avanço econômico e os do meio ambiente. A Usina Hidrelétrica de Belo Monte é considerada um projeto arrojado e faz parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.




Potência Belo MonteDe acordo com dados do Governo e do Blog da Usina, Belo Monte terá um reservatório de 512 km² e uma potência de 11.500 MW. Se esse potencial for confirmado, será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás de Três Gargantas, na China, e Itaipu.
Uma das grandes vantagens de Belo Monte, de acordo com Rogério Morgado Júnior, da assessoria de comunicação da ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, é o preço competitivo da energia produzida. O empreendimento deve gerar 18 mil empregos diretos e 23 mil indiretos suprindo, assim, a demanda por energia nos próximos anos. “A energia assegurada da usina será capaz de abastecer cerca de 26 milhões de habitantes. Isso representa mais que o consumo residencial da grande São Paulo”, aponta Rogério.

As polêmicas continuam

Enquanto muitos se divertiam no Carnaval, a Norte Energia S. A. e a Construtora Belo Monte começaram as obras na região de Altamira. Esta fase compreende trabalhos autorizados pelo Ibama em janeiro.
Uma tentativa de barrar as obras ocorreu em fevereiro, quando a Justiça Federal cassou a licença por meio de uma liminar, alegando que condições de prevenção de impactos ambientais não estavam bem definidas. No entanto, a Advocacia Geral da União conseguiu derrubar a liminar, permitindo que o canteiro começasse a ser construído.

Os impactos socioambientais

Movimentos contrários à construção da obra acreditam que o projeto não leva em consideração o impacto ambiental, colocando em risco a biodiversidade.
Outro argumento é o de que o desvio do rio Xingu irá alagar várias comunidades, atingindo mais de 20 mil pessoas.
De acordo com Manuela da Cunha, antropóloga e membro do ISA, Instituto Socioambiental, “será inundada uma área de mais de 640 km², o que corresponde a quase metade da cidade do Rio de Janeiro, alterando completamente o ciclo socioambiental. Grandes reservatórios de água parada serão formados e com eles virá à proliferação de doenças.”
Para Verena Glass, assessora do Movimento Xingu Vivo para Sempre, um conjunto de movimentos socioambientais da região que se opõem a qualquer ocupação irregular no rio Xingu, “a construção da usina custará mais de 30 bilhões de reais. E no Brasil quer dizer, no mínimo, mais 50% sobre essa estimativa”. Ela ainda frisa que, com esse valor, seria possível investir em tecnologia e pesquisa em energia alternativa.

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