Por Alberto Dines - Observatório da Imprensa
A capa da última edição de CartaCapital (21/12/2011) é uma inspirada e impactante criação gráfica: o título “A mídia esconde o Brasil” com os três macaquinhos que nada sabem, cada um segurando o seu jornalão, é um libelo contra uma imprensa omissa, fragmentada, muitas vezes orquestrada.

Subtítulo claudicante: “[a mídia] não consegue conter a força da internet”. É possível que a informação seja verdadeira em outras plagas. Nossa internet, por enquanto, é um vazadouro de indignação e intolerância que no auge do “caso Battisti” atingiu pesadamente o próprio diretor do semanário levando-o a encerrar o seu blog.
O texto ao qual se remete o magnífico pôster de crítica à imprensa é curto e limita-se à irrisória repercussão na grande mídia da matéria de capa da edição anterior, “O escândalo Serra”, servindo de base de lançamento para o livro A privataria tucana, do repórter Amaury Ribeiro Jr.
Apenas CartaCapital foi informada do lançamento do livro (na capa da edição anterior a matéria está classificada como exclusiva). O texto de 12 páginas, fartamente ilustradas, corre em dois níveis e tenta contar simultaneamente três histórias: a) os negócios de familiares do ex-governador Serra; b) os problemas que o autor do livro enfrentou com seus companheiros quando trabalhava para a assessoria de imprensa da candidata Dilma Rousseff; e, c) a privataria tucana propriamente dita. As duas últimas visivelmente compactadas, quase invisíveis.
O conjunto estava mal editado, confuso e as poucas surpresas, omitidas. Talvez por essa razão, o editor do livro, o também jornalista Luis Fernando Emediato, tivesse preferido que a matéria fosse publicada depois, com mais cuidado.
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