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Dica FDP!! [CINE FDP]

A Montanha dos Sete Abutres (1951)


• Título Orignal: Ace in the Hole
• Direção: Billy Wilder
• Roteiro: Billy Wilder, Walter Newman, Lesser Samuels
• Gênero: Drama
• Origem: Estados Unidos
• Duração: 111 minutos
• Tipo: Longa-metragem



Charles Tatum (Kirk Douglas), é um repórter que aceita um emprego num pequeno jornal do Novo México. O trabalho é bastante monótono, até que ele encontra um homem preso numa mina. Ele vislumbra a possibilidade de, ao prolongar a permanência do mineiro dentro dos escombros, a chance de se tornar famoso.

408MB / RMVB / IMDb


COMENTÁRIO:
O filme “A Montanha dos Sete Abutres” é uma espécie de retrato de como o meio jornalístico transforma as “simples” notícias em espetáculos da vida real. O filme mostra muito bem a atuação da chamada “imprensa marrom”, que se utiliza do jornalismo sensacionalista e executado por jornalistas de caráter inescrupuloso; muitas vezes sem ética; e que se utilizam de chantagem e corrupção com objetivo principal de sair do anonimato e fazer sua imagem. E isso ocorre com uma determinada freqüência. Para muitos jornalistas a carreira possibilitará uma ascensão social e obtenção de prestígio, o que significará ter seu nome impresso na primeira página do jornal e ser reconhecido pelos colegas e pela sociedade. 

O filme nos remete ao caso de outubro de 2010 em que mais de mil jornalistas acompanharam o resgate dos 33 mineiros no deserto chileno. A mídia internacional (cerca de 1.300 jornalistas) explorou excessivamente o drama humano por trás do resgate dos trabalhadores, mas em raros momentos se discutiu as reais razões deles estarem naquela situação – um sistema de trabalho com técnicas rudimentares inadequadas para os avanços do século 21. A maioria das mídias focalizou o lado emocional – sensacionalista do caso. Utilizando uma analogia do filme, a tragédia é transformada é transformada em um parque de diversões, onde as pessoas e a sociedade na qual estão envolvidas, apesar de disfarçarem, também estão no buraco. A massa corre atrás do sensacional não para ajudar, mas movido pela curiosidade incisiva, pelo “desejo do mal”, que ele ocorra ou continue alegrando seus dias, seja pelo espetáculo ou para lucrar. 

Podemos fazer uma comparação com o programa Big Brother Brasil, da Rede Globo, e encontrar muitas semelhanças, principalmente no que diz respeito a à falta de caráter e escrupolos, manipulação e especulação da mídia, usando pessoas sob o disfarce de um grande prêmio, pago totalmente pela população consumista que se deixa levar por ilusões e por sentimentos lançados sem direção. É claro que no caso do filme, o premiado seria apenas o jornalista e, no máximo, a mulher da vítima e o xerife local. No caso do BBB, os finalistas, os promotores e a mídia, principalmente. 

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